sexta-feira, 18 de junho de 2010

conexão Verde Amarela | Johannesburg - 3rd day

3º Dia:

Finalmente dia 15. Decidimos ir bem cedo ao jogo para conhecer uns brasileiros, beber algo e nos divertir, precisamos disso. Porém chegamos e está vazio e o que há em torno ao estádio é perigoso (acredite se quiser). De repente aparece um brasileiro com uma expressão de preocupação, meio desesperado: “vocês são brasileiros?” – Pergunta ele; “Sim” – Respondemos; “Graças a Deus. Estava sozinho há um tempo e esse lugar aqui é tenso, posso ficar com vocês” – Pergunta ele novamente; “Claro” – Respondemos.

Estamos do lado de fora e tudo fechado, eu, meu pai e Iuri Barros, que trabalha com sistema do Mc Donald’s.

O que fazer agora?… Trabalho para ____? O Impostor! Hahahaha… conseguimos entrar na área do Ellis Park em um horário reservado somente para a imprensa.

Interagimos com todos que pasavam, batemos fotos e nessa hora fomos entrevistados pela UOL. Fazia um frio de 6ºC e a sensação já era baixa quando batia o vento. Tenso. Procuramos logo um lugar para nos proteger do frio. Eis que ficamos protegidos pelo muro ao lado da entrada. Passam SporTV, ESPN… e todos com sacos do Mc Donald’s.

Começa a bater uma fome e o lugar já está chato porque nada acontece. Decidimos ir para fora procurar algo para comer, já que o estádio está fechado e tudo ao redor também. Conhecemos mais uns paulistas e nosso “bonde” está cada vez maior, viva o Brasil. Achamos um posto e o KFC. Vamos?

Na hora em que vamos entrar ao rei dos frangos vimos há uns 100m o Mc Donald’s. Vamos! Hahahaha… chegamos no fast-food e foi uma loucura. Todos os funcionários cantaram, festejaram, super divertido. Então decidimos participar e eles com as nossas bandeiras. Começa o clima brasileiro na Copa da África.

Depois de toda a algazarra inicial pedimos nossos deliciosos lanches (Deus salve as multinacionais – ajudando os estrangeiros a sobreviver) e subimos para o 2º andar. De repente lá se torna o point dos torcedores canarinhos. Conhecemos gaúchos, mineiros, paulistas…

Ficamos até o fim do jogo Portugal x Costa do Marfim. Nesse meio tempo o local tava bem frequentado.…

(sósia do Caio - Botafogo) "Eu sou cruzeirense, não esqueça de falar isso… hahahaha"




(Paulo Bonfá) "Po… com a bandeira do Botafogo!? Tá vamos lá"

Depois de toda a fanfarrice fomos ao jogo. Cantando todas as musicas que a torcida verde e amarela canta (Não são muitas…). Claro que cantamos muito mais as de nossos times; Botafogo, Grêmio… Nessa hora o Iuri já tinha ido para o seu lugar no estádio e ficamos somente eu, meu pai e os gaúchos.

Começamos a beber e o lugar estava uma loucura, muito bom! Finalmente, muito obrigado e agora sim eu estou na Copa do Mundo. Acaba a luz. What? Hahahaha “Ta de sacanagem?” e volta a luz. E fica nesse vai e vem até a hora do jogo começar. Depois de toda a curtição nos despedimos dos gaúchos e vamos para os nossos lugares, Copa tem lugar marcado, neh… outra parada hahahaha…

Fantasias das mais engraçadas, ficamos há uns 15m de um cara com uma MEGA taça que certamente apareceu em alguma TV pq toda hora tinha uma câmera filmando-o.

Vai começar o jogo, mas antes resolvo ir ao banheiro e…

(Rafael Cortez do CQC) "Ainda não consigo dormir, cara. Tá Fø∂@"

Depois de trocar uma breve ideia com o Rafael Cortez do CQC vou ao banheiro e volto. Começa o jogo e acaba a bateria da câmera. Hahahahahaha… não tem jeito, neh… hahahahha

Um frio de doer a alma e um jogo de dar saudade de casa. Tentamos nos aquecer de qualquer maneira, até a banderia do Fogão vira agasalho hahaha… Para piorar as coisas gol da Coréia do Norte. Putz Brasil. Depois de um jogo que nem Galvão Bueno deve ter conseguido colocar emoção a solução é ir para casa. Não tem nem como pensar em “comemorar”.

Essa droga de lugar NÃO TEM TRANSPORTE. Como a gente vai embora? Andamos de um lado para o outro em busca de um Cap (aquele maldito taxi caro pra cacete hahaha) e nada. Ai então que conhecemos Rafael Diveiro, jornalista do Diário Popular, do sul. Sozinho, desesperado e muito p da vida pelo mesmo motivo que a gente – não ter transporte.

Nós três procuramos por ajuda e pedimos aos policiais para nos ajudarem. Eles andam de um lado para o outro, vão ao posto, vão ao Mc, vão quase aos portões do estádio e nada. De repente dão as costas e vão embora, ou seja, “se virem, brazucas”. “O que?… ah ta de sacanagem, neh?”. Quando íamos perder a cabeça caímos na real e fomos por nossa conta para o Mc.

Em pé e sem saber o que fazer olhamos perdidos em volta em busca de uma solução. Do nada aparece um homem e nos diz que é taxista. Nos olhamos assustados. Ele nos mostra todos os documentos possíveis (hahaha… agora é engraçado, mas na hora…). Não tinha jeito, a solução era aceitar e ir.

Rafael estava hospedado muito mais perto do estádio do que eu e meu pai. Logicamente colocamos o rapaz no mesmo taxi que a gente, afinal não tinha cabimento deixá-lo lá sozinho.

O motorista não sabia chegar ao hotel do jornalista. Comecei a ver em suas expressões e sua respiração acelerada uma certa raiva, impaciência, já não era mais medo, mas havia ali um enorme receio do que estava para acontecer. Rafael impaciente respondia ao motorista de forma seca e curta. Repetia diversas vezes o local onde iria.

Chegamos então e o jovem não tem trocado (os “malandros” daqui sempre dizem que não tem troco). Para evitar qualquer problema arrumei logo uma solução e achei o valor que ele deveria pagar. Troquei o dinheiro e ele foi embora, mas antes nos deu seu telefone e disse para ligarmos caso algo acontecesse (brasileiros se ajudam muito nessas situações, podemos perceber isso sempre).

Partimos para Midran, local onde estamos hospedados. Claro, o motorista não sabe chegar e não sabe logicamente onde fica o hotel Mercury. Putz … “nada a declarar”. Após nos perdermos, irmos para bem longe e quase ir parar sei lá, na savana africana hahahahaha (ri agora, ri agora…) finalmente achamos o hotel. Eu dei um berro “Ali. Achei… here, here… look!”. O motorista logo fez o retorno e finalmente chegamos. Pagamos e fomos dormir.

A conclusão que se pode ter do lugar é a seguinte: eles de fato estão se esforçando MUITO para tentar atender as nossas necessidades, para sediarem bem a Copa, para tudo dar certo. Mas o pais não está preparado, a população não está pronta e o Mundial aqui foi muito forçado. A FIFA teve uma atitude legal, mas não era para agora.

Coisas que não dão para entender é: Se aqui pode ter jogo, por que o Morumbi não está pronto? E o Maracanã? Espero que essas exigências sejam de fato por causa das enormes falhas que vivemos aqui. Brasil, a pressão para você fazer uma boa Copa é enorme, atenção.

3 comentários:

  1. Caralho, tenso essa parte dos transportes ai hein cara... continue escrevendo hein viado, ta irado, abraços.

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  2. Só perrengue brabo hein...
    Já pensou em pedir um mapa no hotel? haha
    Continue postando, ta irado mesmo.
    Abraço.

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  3. Muito bom leq... mas a torcida é verde e amarela, não alvi negra, lembre-se disso ( botafoguense dus infernuuu) UAhaIUhA

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